Em
meado década de 80, o Cemitério Municipal Bom Jesus dos Passos, de
Igarapé-Miri, começou a sofrer com vários furtos que aconteciam principalmente
no horário do meio dia, quando os vigias iam para as suas casas almoçar, e retornavam somente no horário da tarde.
Todos os dias, durante esse horário, as ferramentas dos coveiros, argolas de bronze dos caixões, molduras de fotografias, adornos de sepulturas e outros objetos, eram furtados naquele campo-santo.
Devido aos furtos, a Prefeitura de Igarapé-Miri, contratou para vigia, um
senhor chamado João, de 58 anos, que ficou encarregado por guardar o cemitério,
durante o horário do almoço dos outros vigilantes. Nessa época, ainda estavam
começando a construir sepulturas na parte dos fundos, posterior à Capela do Bom
Jesus.
Alguns meses antes do Sr. João começar a trabalhar, havia sido sepultado no
Cemitério Bom Jesus, um homem que em vida, morou no Rio Itanimbuca, interior do
município de Igarapé-Miri. Por algum motivo, o corpo deste homem precisou ser
exumado. Os trabalhos de escavação iniciaram em uma manhã ensolarada de verão,
e as 12 horas, a cova já estava totalmente aberta, ficando exposta, a ossada do
finado.
Assim que o Sr. João chegou ao Cemitério Bom Jesus, o coveiro e o outro vigia,
foram para as suas casas, deixando-o sozinho naquele local. Ao se
despedir, o coveiro avisou que ele não deveria olhar ou mexer nos ossos, pois o
horário do meio dia, seria um dos momentos mais propícios para acontecimentos
sobrenaturais naquele cemitério. Curioso, João foi até o local da exumação, e viu a ossada que estava exposta.
À tarde, após o retorno dos outros trabalhadores do cemitério, João despediu-se
de seus colegas, e seguiu para a sua casa. Ao chegar em sua residência, começou a
sentir fortes dores de cabeça, que o faziam gritar de dor. Não bastasse as
dores, o vigia começou a ver em todos os lugares que olhava, a imagem do corpo
em decomposição, do homem que estava enterrado na cova aberta naquela manhã.
Apavorado com as visões que tinha, João passou a viver com medo.
Assim, aquele vigia viveu seus últimos dias de vida, a todo momento, vendo a
imagem do corpo do homem exumado. Alguns dias após o acontecido, João morreu
sem nenhuma explicação, sem nenhum problema de saúde comprovado, que
justificasse o falecimento. Por coincidência, ou não, seu corpo foi enterrado
exatamente ao lado da sepultura do homem que o assombrou.
Obs: o verdadeiro nome do vigia foi preservado. Para identifica-lo, usamos o
nome fictício de “João".
Baseado nos relatos do Senhor Vavá (Coveiro do Cemitério Bom Jesus dos Passos
de Igarapé-Miri).
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