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Ilustração: Railson Wallace |
Nos idos dos anos 50 e 60, a cidade de Igarapé-Miri possuía apenas quatro ruas e quatro travessas, sendo a última rua da cidade, a "Rua do Cemitério" como era conhecida pela população da época, justamente pelo fato de que a entrada do Cemitério Bom Jesus dos Passos, está localizado nela.
O Cemitério Bom Jesus ainda não tinha o muro em alvenaria nas laterais, sendo que uma cerca de madeira baixa, o limitava com as ruas do lado. A energia elétrica era gerada por um motor a diesel que funcionava das 18h às 22h horas, quando era desligado, tudo ficava escuro e sombrio.
Ao lado do cemitério morava uma família descendente de negros que foram escravos, conhecidos como família dos Santa Rosa, onde alguns membros se destacavam por serem benzedeiras e puxadeiras, dentre elas a Dona Serena e a Dona Eugenia. Contavam elas, que ouviam sons de relinchos, trotar de cavalos e barulhos de rodas de carroça, todas as sexta-feiras depois da meia noite. Outras pessoas que moravam em Igarapé-Miri, também já haviam falado sobre aquele barulho misterioso e assustador.
Ao lado do cemitério morava uma família descendente de negros que foram escravos, conhecidos como família dos Santa Rosa, onde alguns membros se destacavam por serem benzedeiras e puxadeiras, dentre elas a Dona Serena e a Dona Eugenia. Contavam elas, que ouviam sons de relinchos, trotar de cavalos e barulhos de rodas de carroça, todas as sexta-feiras depois da meia noite. Outras pessoas que moravam em Igarapé-Miri, também já haviam falado sobre aquele barulho misterioso e assustador.
Em uma noite de sexta-feira, elas decidiram olhar pra ver do que se tratava. Ficaram escondidas atrás de uma mangueira, no canto do antigo largo, hoje Praça Sarges Barros. Naquela sexta de inverno, chovia fino, o que tornava a noite mais escura e sombria. Depois que foi desligado o motor e a luz se apagou, elas ficaram na espreita para desvendar o mistério. Após algumas horas de espera, ouviu-se novamente o relinchar e trotar de cavalo acompanhado de barulhos de rodas de carroça. Naquele momento elas viram perplexas, uma carroça toda iluminada, sair de dentro do Cemitério Bom Jesus, e ir em direção à Igreja de Sant'Ana. A carroça e o cavalo eram parcialmente transparentes, o que permitia ver através deles.
A carroça seguiu em frente, e parou no trecho da rua ao lado da Igreja da Sant'Ana. Após parada, desceu dela, uma pessoa que tirava ossos do chão e colocava na carroça, um tempo depois, a carroça voltou para o cemitério carregada de ossos e em altíssima velocidade, desaparecendo na escuridão.
No final da década de 60, com a inauguração da caixa d'água, e após a COSANPA se estabelecer em Igarapé-Miri, foram realizados serviços de escavações em todas as ruas da cidade, para a instalação de tubos de distribuição de água. Quando o trecho ao lado da Igreja de Sant'Ana foi escavado, uma grande surpresa, foi encontrado lá pelos trabalhadores, uma grande quantidade de ossos humanos, que foram retirados do local em caixas de tomate e caixas de papelão e enterrados no Cemitério Bom Jesus. Neste momento, foi descoberto que nos arredores do local onde hoje está a Igreja de Sant'Ana, existiu um antigo cemitério que depois foi desativado.
A função da Carroça, era transportar esses ossos do antigo cemitério do lado da Igreja Matriz, para dentro do Cemitério Bom Jesus.
Baseado nos relatos do Sr. Gelffson Lobo (Professor Gel).
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